
A Voz do Professor: instrumento de trabalho
Os primeiros sinais de que algo não vai bem com a nossa voz são a rouquidão, a falta de vontade de falar (mesmo em horas de lazer), dores e ardor na região da garganta, além de tensão nos ombros e pescoço, excesso de secreção (catarro) e cansaço. Quando esses sintomas persistem por mais de quinze dias ou começam a aparecer com regularidade, é necessário procurar um especialista. Fique atento, pois o problema pode ser mais grave do que uma simples irritação ou mesmo uma inflamação.
Muitas vezes, até por desconhecimento, deixamos de seguir algumas medidas simples, que poderiam prevenir ou melhorar possíveis alterações de voz. Beber 2 litros de água por dia, evitar as bebidas alcoólicas e acostumar-se a comer maçã, são regras de ouro para nossa voz, mas são práticas frequentemente esquecidas. Sem contar o cigarro, as bebidas alcoólicas, as drogas, o café em demasia e ambientes com ar condicionado, que também são muito prejudiciais à qualidade de nossa voz.
As alterações de voz são também problemas de saúde. O professor, como profissional da voz, precisa estar muito atento na voz de seus alunos, mas também em sua própria voz. A escola costuma ser um lugar de muito ruído, em que a tendência natural é tentarmos falar cada vez mais alto, na tentativa de sermos ouvidos. Por isso, é importante que a escola conscientize a criança da importância da voz para a comunicação e dos transtornos que a falta dela pode causar. É indispensável também que o professor dê o exemplo, evitando assim, gritar em sala de aula. Para manter a atenção e a ordem na classe podem ser usados recursos alternativos, como um apito, palmas, gestos indicativos, etc.
Se algo em sua voz não vai bem, se você sente falta de ar, dificuldade para falar, dores de garganta frequentes, pigarro, tosse, a voz não sai ou desaparece de repente, procure o auxílio de um médico otorrinolaringologista para realizar um exame de suas pregas vocais e a orientação de um fonoaudiólogo para a realização de um tratamento adequado e seguro.
Cuide de sua voz, pois só nos damos conta de sua importância quando a perdemos…
Taís Ciboto – Fonoaudióloga e Psicopedagoga – Mestre em Educação pela USP
Coordenadora do Projeto LEIAA – LARES Equipe Interdisciplinar de Apoio à Aprendizagem